Depois de alguns dias sem ligar muito a noticiários, eis-me de volta ao mundo real. Esta manhã fiquei chocada com esta notícia. Para ser franca prestei mais atenção por ouvir que este idoso grego tinha sido farmacêutico logo ainda fiquei mais tocada pela sua história.
Nunca estive tão desesperada que tivesse vontade de morrer (ainda se fosse vontade de matar alguém) e sempre me fez muita confusão quando alguém chega a este ponto de desespero. Infelizmente, com as medidas de austeridade que vão varrendo a velha Europa, não deve ser o único a achar que a morte é o único caminho possível.
Aliás a taxa de suícidio tem vindo a aumentar na Grécia mas esta morte, pelo simbolismo do local onde este pobre senhor escolheu morrer, chamou a atenção de todo o país, e também do mundo. É tão triste pensar que este homem deve ter trabalhado e batalhado toda a vida e agora, no fim da linha, em vez de uma velhice tranquila se viu nesta situação extrema expressa no bilhete que levava no bolso:
“Sou reformado. Não posso viver nestas condições. Recuso-me a procurar comida no lixo, por isso decidi pôr fim à vida"
O meu pensamento vai para a família para que, de algum modo, consigam ultrapassar esta dor. E que o desespero da austeridade não continue a fazer vítimas. E que, quem de direito, possa olhar para lá dos números e perceba que todas as decisões que tomam têm consequências, muitas vezes irremediáveis, na vida das pessoas.
2 comentários:
Li só o título da notícia e fiquei chocada... não me choca mais por ser farmacêutico, mas mexe um bocadinho mais com o lado emocional agora que soube através do teu blog.
O que ele escreveu no bilhete é realmente marcante...
Coitado do senhor Dimitris Christoulas.
Sofre-se muito na Grécia.
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