segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Tecer palavras na Fábrica das Letras


Desde que comecei a movimentar-me pela blogosfera, tropeçava, de vez em quando, na Fábrica das Letras. Em mais de 5 anos nunca tinha tido coragem para participar.

A leitura e a escrita fazem parte da minha vida desde que aprendi a ler e a escrever. Em pequenina, adorava quando a professora mandava fazer uma composição. Só não gostava quando ela mandava lê-la em voz alta porque era muito tímida e detestava estar na ribalta. A timidez também foi determinante para me levar a escrever na adolescência. Páginas e páginas cobertas de prosa romântica e poemas sobre amores platónicos porque tinha muita dificuldade em falar sobre os meus sentimentos. Ao mesmo tempo, os livros foram-me acompanhando ao longo dos anos e comecei a desejar, ardentemente, ser escritora e fazer sonhar os outros como me faziam sonhar a mim. Esta paixão pela palavra escrita fez-me hesitar entre as humanidades e as ciências quando chegou aquela altura, na vida de qualquer estudante, em que é imperioso escolher um caminho por onde seguir. As ciências levaram a melhor e, durante o tempo da faculdade, a paixão pelos livros foi arrefecendo porque era preciso encher a cabeça com outro tipo de letras e palavras.
Mas há paixões que nunca se esquecem. Quando comecei a trabalhar, a pouco e pouco, fui voltando a dedicar algum do meu tempo aos livros. Ao descobrir a blogosfera foi despertando em mim a vontade de ir escrevinhando... Mesmo que ninguém me leia vou, pelo menos, espalhando as minhas palavras pelo vento internáutico.

Só há muito pouco tempo, arranjei a coragem necessária para começar a participar nos desafios da Fábrica das Letras. A consciência de que há muitos que escrevem melhor que eu não me deixava avançar. Só que nesta Fábrica, todos podem trabalhar. O meu talento pode ser limitado mas escrevo com o coração, com a alma... O facto de haver um tema diferente todos os meses, desafia-me e compromete-me. E ajuda-me a ultrapassar a minha inércia.


O tempo que vivemos hoje têm conduzido ao desânimo porque, por mais que nos esforcemos, não conseguimos perceber como ultrapassar as dificuldades. A crise limita-nos, dia após dia, a nossa capacidade para realizar os nossos desejos. Já agora não vamos deixar que nos leve também a nossa capacidade de imaginar e sonhar. Todos os dias vemos, nos noticiários, fábricas a fechar. Para que esta Fábrica não seja mais uma a encerrar portas é preciso o esforço de todos e de cada um em particular. O blogue Fábrica das Letras é como um bordado em que cada participante colabora com um ponto diferente  para chegar a um belo trabalho final.

Que se continue por aqui a "fabricar" letras, palavras, frases, prosa, poesia, imagens e sonhos.

Reflexão para a Fábrica das Letras

1 comentário:

Dulce disse...

Não conhecia o conceito, mas já fui espreitar e parece-me interessante! Quem sabe um dia também contribuo... Tal como tu, a escrita é-me natural e não me vejo sem ela. A blogosfera tem sido, ao longo dos anos, o meu caderno em branco que é preenchido ao sabor dos meus dias e sem exigências editoriais... E com ela sou feliz :) Como bem dizes, é possível ser feliz (com pouco)!

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