Bullying, a minha história

Nos últimos dias houve dois acontecimentos que me recordaram a minha própria história. Um adolescente de 12 anos atirou-se ao rio Tua depois de, mais uma vez, ter sido vítima de violência na escola e contaram-me que uma míuda de 15 anos, que conheço desde que nasceu, também se tinha tentado suicidar. A adolescência é, sem dúvida, uma época difícil e lembro-me bem da minha própria adolescência. As crianças e os jovens conseguem ser muito crueís uns com os outros. Quando eu andava no 7º ano também fui vítima de bullying, só não lhe dávamos era esse nome. Passei um mau bocado. Felizmente apaguei da minha memória as coisas mais desagradáveis. Lembro-me vagamente da colega em questão me roubar pulseiras, de me gozar por eu ser tímida, por usar óculos, por ser boa aluna... Também me lembro de a nossa sala de aula ser perto da casa de banho das raparigas e de ela me empurrar lá para dentro e tentar pôr-me a cabeça dentro da sanita e do caixote do lixo. Eu não tive a coragem que o Jorge, do blogue O que é o jantar?, demonstra neste post, ele foi capaz de enfrentar o agressor. Eu nunca a consegui enfrentar mas fui muitos dias a chorar para casa. Para minha sorte, um dia ela mudou de escola e livrei-me dela. Continuei atravessando a adolescência com algum sofrimento agravado pelo perda do meu pai quando tinha 14 anos mas nunca mais encontrei ninguém tão violento como aquela colega. E sempre tive uma grande força interior que nunca me deixou cair numa depressão nem em ideias suicidas mas a verdade é que há muitos jovens que não têm essa força e que escolhem a morte numa altura em que deviam era viver a vida em plenitude.