domingo, 24 de abril de 2011

25 de Abril versus Páscoa

Como dizia no post anterior, este ano o calendário pregou esta partida de juntar a Páscoa ao 25 de Abril. A Páscoa já está mesmo, mesmo no fim por isso chegou a altura de falar das minhas memórias desta altura.


Quando era criança, esta data nunca passava em branco. O meu pai era ligado à política local e ao cooperativismo. Na minha terra havia sempre um desfile com as individualidades da terra, a banda filarmónica, representantes de colectividades e por aí fora. E eu participava sempre nessas comemorações, cheia de entusiasmo. Hoje em dia, não me identifico com todas as opções políticas do meu pai mas estas vivências serviram, obviamente, para construir a minha personalidade. Por exemplo, raramente me abstive de votar porque tenho enraizado em mim a importãncia deste acto por mais que ache que o país está muito mal servido de políticos.


Na alvorada do 25 de Abril eu estava, confortavelmente, arrumada na barriga da minha mãe. E imagino o sobressalto que a minha mãe deve ter sentido, eu também por acréscimo, quando o meu pai entrou em casa com a novidade da revolução. Eles contavam-me que o meu pai saiu para trabalhar mas que não pode ir porque as estradas estavam cortadas pelos militares. Ele teria de passar pela mesma via por onde passaram os militares que vinham do quartel de Santarém. A minha mãe diz que passou o resto do dia à janela para ver o que se ia passando na rua. Imagino tão bem esses momentos que até parece que os vivi.


Quis o destino que estes dias, 24 e 25 de Abril, ficassem, irremediavelmente, ligados à minha história pessoal. Em 2007, no dia 24 de Abril, oficializei a minha própria revolução e esta altura foi preponderante para conhecer o A. que tem colorido e animado a minha vida nos últimos 3 anos. Por isso, com festejos de revolução ou não, esta será sempre uma altura muito importante para mim.

2 comentários:

aespumadosdias disse...

Viva o 25 de Abril. Obrigado a todos os que o planearam e concretizaram. Mais do que nunca é preciso recordar os ideais de Abril.

Margarida Lozano disse...

Concordo plenamente com aespumadosdias. 25 Abril sempre!

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